Nas discussões acerca das mudanças climáticas, o processo recente de urbanização e a vulnerabilidade da população são temas emergentes e objetos de análise de muitos estudos. Este artigo objetiva construir perfis de vulnerabilidade dos domicílios em três bairros (Ribeirópolis, Santa Marina e Antártica) que se caracterizam como áreas de expansão urbana no município de Praia Grande. Além disso, procura-se relacionar tais perfis aos riscos e perigos que as mudanças climáticas podem ocasionar. Para tanto, ressalta-se o papel desses bairros na dinâmica socioespacial do município, analisando as características sociais, econômicas e demográficas da população. Para o delineamento dos perfis foram utilizados o método Grade of Membership (GoM) e os dados da amostra do Censo Demográfico de 2010. Os resultados indicam um modelo de exclusão social que apresenta domicílios atendidos pelos serviços básicos e pela infraestrutura urbana e também domicílios não contemplados por tais serviços e infraestrutura básica. Assim, em Praia Grande, o crescimento econômico e a expansão da mancha urbana não foram capazes de promover significativa melhoria nas condições de moradia das populações residentes nas áreas de expansão urbana. As desigualdades socioespaciais verificadas nessas áreas refletem diferentes vulnerabilidades entre os domicílios pesquisados, trazendo dificuldades para mobilizar recursos em situações de enfrentamento de perigos.

O período fabril cearense inicia-se com o aproveitamento industrial do algodão, através de indústrias de tecidos em Fortaleza. A importância do estudo do capital industrial têxtil se faz perceber notadamente no espaço, além dos aspectos técnicos, econômicos e sociais, mediante a produção e reprodução espacial com as interrelações capital e trabalho sob mediação das forças produtivas e relações sociais de produção. Este estudo permitiu evidenciar o papel que desenvolve a indústria têxtil no espaço cearense, considerando que o Ceará constitui o terceiro maior polo têxtil do País, com uma história de 135 anos. A escolha da indústria Santa Thereza se deveu ao fato da mesma ser uma das pioneiras na produção industrial têxtil cearense, tendo sido fundada, em Aracati, em 1893. A pesquisa de campo nos instigou ao questionamento acerca das consequências da perda de importância das indústrias de beneficiamento de algodão que moviam a economia de Aracati, o que nos levou a uma breve análise da cidade de Aracati, no auge do beneficiamento do algodão, a atuação da elite local com a fundação de indústrias, as tecnologias utilizadas, a perda de importância de Aracati ante a pujança de Fortaleza e as transformações socioespaciais pelas quais passa. Com o levantamento bibliográfico e a pesquisa de campo foi possível, dentre outras coisas, entender a dinâmica de ganho e perda de importância de cidades cearenses, como também mudanças na cartografia e consequências socioespaciais, permitindo ainda analisar em uma escala menor as relações com o intraurbano de Aracati.

A funcionalidade dos ambientes naturais é alterada pelas ações humanas em um ritmo mais intenso que aquele normalmente produzido pela própria natureza. Quando não planejadas, tais alterações proporcionam uma série de desequilíbrios funcionais que, muitas vezes acarretam consequências drásticas à vida humana e à própria natureza. Exemplos desses desequilíbrios ambientais podem ser visualizados na maioria dos municípios situados no semiárido brasileiro. Estes, nas últimas décadas sofreram com a implantação imprópria de novas formas de uso e ocupação da terra. O desmatamento, o lançamento de efluentes nos cursos de água, o aterramento e a construção em canais fluviais intermitentes denunciam a falta de preocupação com o ordenamento do território. Ao considerarmos o quadro físico natural e as dialéticas relações de uso e ocupação do território centro norte baiano, esta pesquisa objetiva analisar a vulnerabilidade ambiental do município de Senhor do Bonfim (BA) por meio de técnicas de geoprocessamento, com o intuito de subsidiar o ordenamento ambiental. Neste intuito foram elaborados índices de vulnerabilidade ambiental a partir da integração das características geológicas, pedológicas, clinográficas e de uso e ocupação da terra em ambiente SIG. Os resultados indicam que as classes que apresentam vulnerabilidade média e alta incluem os inselberges e demais relevos residuais. As classes de baixa e muito baixa vulnerabilidade abrangem os topos dos pediplanos situados na área em estudo. Os resultados encontrados permitiram a compreensão dos diferentes graus de vulnerabilidade de cada unidade frente a determinadas pressões antrópicas, podendo ser utilizado como instrumento de ordenamento ambiental local e regional.

O Semiárido brasileiro tem como característica a suscetibilidade às estiagens e secas prolongadas que ocorrem de forma cíclica, em parte, devido à má distribuição das precipitações no tempo e no espaço. Uma das políticas públicas adotadas no Semiárido tem sido a construção de cisternas de placas, barragens e açudes, buscando facilitar o acesso à água por parte da população, constituindo dessa forma, uma tecnologia social hídrica, que é considerada uma das estratégias de convivência com o semiárido. Nesse sentido, o presente artigo tem como objetivo apresentar os usos da água e a percepção da importância das cisternas de placa pelos moradores da Comunidade Torre, zona rural de Serra Redonda, Agreste Paraibano, onde se concentra grande número dessas obras e prevalece a agricultura de subsistência. A metodologia do trabalho constituiu-se de levantamento bibliográfico e aplicação de questionários aos moradores da comunidade investigada, visando obter dados a respeito dos usos da água e a importância das cisternas na localidade. Os resultados mostram que entre os principais usos da água está o autoconsumo e a manutenção das atividades domésticas. Quanto à percepção da importância, os moradores mostram-se satisfeitos com as obras e reconhecem seu valor econômico e social.

A energia é extremamente importante para o desenvolvimento das atividades humanas. Frente a isso, torna-se de fundamental importância verificar possíveis impactos ambientais das atividades efetivas ou potencialmente poluidoras, principalmente aqueles que serão implantados em locais de grande preservação ambiental. O município de Pereiro/CE atualmente convive com um cenário de degradação do meio ambiente, sendo este oriundo do descaso da população e de projetos de empreendimentos. A presente pesquisa tem como objetivo promover uma discussão acerca dos possíveis impactos ambientais provenientes da implantação de um parque eólico no município de Pereiro/CE, visando analisar a viabilidade de instalação de um parque eólico em campo de serra em Pereiro/CE, mediante identificação, mensuração e avaliação dos impactos ambientais provenientes da fase de instalação. O método de análise de impactos ambientais foi a matriz de interação. Ao aplicar a metodologia foi possível identificar 274 impactos na fase de instalação, e destes, 119 foram avaliados como significativos, onde 49 estão relacionados às atividades que possam alterar as características físicas e químicas do local, como por exemplo, modificação de habitat, alteração da cobertura do solo, afugentamento da fauna, perda da biodiversidade, alteração da drenagem, pavimentação de superfícies, construção de estradas e trilhas, escavações de superfície, instalação dos aerogeradores, e disposição de resíduos, sendo essas as que se devem demandar uma maior atenção para a mitigação. Portanto, os resultados foram satisfatórios quanto a viabilidade da instalação do parque eólico no município em questão, mesmo mediante dos impactos significativos identificados, e por isso podem servir de base para futuros estudos, até mesmo para as empresas que estão buscando a implantação desse empreendimento na localidade.

A reflexão sobre a paisagem cultural da Cidade do Recife faz emergir as historicidades, as relações entre espaços - territórios e, sociedade, pois, trata-se de formas de incorporação da paisagem cultural às práticas econômicas e políticas. Apoiamos em Dardel (2011. p. 30), quando se refere que “a paisagem é um conjunto, uma convergência, um momento vivido, uma ligação interna, uma ‘impressão’, que une todos os elementos”. Trata-se de compreender as paisagens culturais, segundo suas representações e significações, tendo por objetivo apreender as expressões da paisagem dos bairros Recife Antigo, Santo Antônio e São José da Cidade do Recife. A metodologia está consubstanciada na observação e leitura analítica das produções que tratam da temática. Na cidade do Recife há um mosaico heterogêneo de unidades interativas no universo da paisagem, que nos expõem a uma escala de observação. Daí se pressupor que a paisagem como um todo, considerando as interações espaciais entre unidades culturais e naturais, cria-se a perspectiva se apreendê-las, enquanto expressão geográfica em múltiplas perspectivas. A cidade foi se modelando e revelando-se de estrutura e de fisionomia, implicando no surgimento de novo tipo de paisagem geográfica: a paisagem da Cidade do Recife, dos rios e das pontes, dos mocambos e dos morros e outras, tão reais, quanto imagéticas. Nessa lógica, a paisagem do Recife tem uma composição fracionada de formas naturais e humanas que se constituem num conjunto heterogêneo rio/oceano e urbano/cultural. Daí porque o Recife, uma cidade com cenários marcantes se destaca pela característica de seu sítio. O Recife Antigo, área que corresponde aos bairros – Santo Antônio e São José “então chamada dos Navios e de Antônio Vaz” –, configurados e emoldurados pelos rios Capibaribe e Beberibe, e o Oceano Atlântico que configuram paisagens, marcadas pela dialética do meio ambiente e os construtos humanos num perceptível cenário de paisagens.

As inúmeras transformações impostas ao meio ambiente e as constantes modificações do território têm ocasionado impactos aos ecossistemas naturais. Dentre elas, as variações climáticas junto com a redução da vegetação, por exemplo, alteram o microclima urbano. Com isso, ressalta o papel importante da arborização que auxilia na diminuição da incidência solar sobre a superfície e também na depuração do ar, no ganho de calor, melhorando o conforto térmico da população. Esta pesquisa teve como objetivo avaliar as características térmicas da Bacia Hidrográfica do Córrego do Medeiros no Município de São Carlos (SP), utilizando pontos fixos e transectos móveis. A metodologia consistiu na coleta de dados diários com medições realizadas em dois pontos fixos durante 30 minutos e em um percurso de 1,53km. Os resultados mostraram uma alteração de temperatura de 20,15°C até 21,55°C, explicada pelo tipo de ocupação da bacia, pois há uma variação na densidade de árvores que se concentra no local e da concentração de construções e baixa quantidade de árvores. Desta forma, é notório a influência que a vegetação tem na manutenção do microclima urbano, amenizando as temperaturas locais. Ressalta-se também a importância da realização de estudos similares, no intuito de auxiliar a tomada de decisão por parte do poder público e dos moradores para escolha de locais para a criação de ambientes que contenham áreas com vegetação, desse modo melhorando o conforto térmico da população.

Os cursos d’água são ambientes sociais, pois através deles grandes civilizações se iniciaram. Entretanto, a relação do homem com este ambiente foi sendo modificada ao longo do tempo e, o lugar que antes possuía para muitos um valor simbólico e de pertencimento como espaço de contemplação, lazer e fonte de recursos, tornou-se em muitos locais, diante de diferentes contextos e vivências, espaço de degradação ambiental. Assim, considerando a memória e a vivência das pessoas com os cursos d’água, este artigo tem como objetivo, apresentar de forma análoga ao conceito geográfico de ‘lugar’, a percepção ambiental de moradores do município de Santa Cruz do Capibaribe - PE sobre o rio Capibaribe. Para tal, a pesquisa de caráter exploratório qualitativo, desenvolve-se através de revisão bibliográfica e documental sobre o tema e o objeto de estudo, como também, por pesquisa de campo baseada na observação do lugar e na aplicação de entrevista a 30 (trinta) moradores do citado município. Por fim, a partir dos resultados obtidos, apresenta-se uma reflexão sobre a possibilidade de mudança de paradigma e de comportamento da população para com este ambiente fluvial bem como, indica a educação ambiental como instrumento promovedor desta transformação social.

Este trabalho se constitui em um estudo sobre o planejamento estratégico na agricultura familiar, com o objetivo de investigar as forças potencializadoras e as diferentes problemáticas que interferem no processo de desenvolvimento da agricultura familiar nas comunidades rurais do município de José da Penha/RN. Para tanto, a metodologia consistiu, inicialmente, na revisão da literatura, na qual buscou-se como suporte teórico os autores Bellen (2006), Buarque (2004), Mello (2007), Pedroso (2009), Silva (2006), entre outros. Ao compreender a importância da participação dos sujeitos sociais, para a identificação das potencialidades e das problemáticas em comunidades rurais de José da Penha/RN, foi realizado o Diagnóstico Rápido Participativo (DRP), através de oficinas de trabalho com 22 sujeitos sociais, sendo esses representantes das instituições não-governamentais e do poder público local. Os dados foram organizados e sistematizados através do modelo das Fortalezas-Oportunidades-Fraquezas-Ameaças (FOFA), onde foram apresentados os aspectos socioeconômicos e ambientais que estão diretamente relacionados ao processo de planejamento dessas comunidades do município. Os resultados obtidos mostraram que o processo de planejamento participativo é essencial para as tomadas de decisões da cidade. Por fim, foi construído o modelo socioeconômico e ambiental F-O-F-A, levando em consideração os resultados das oficinas de trabalho. Desse modo, podemos perceber que existem muitos desafios para a agricultura familiar, e que a utilização dessas metodologias pode tornar-se um instrumento de planejamento para gestores de diferentes organizações, governamentais ou não, no município de José da Penha/RN, pensando em políticas de desenvolvimento rural pautadas na sustentabilidade local.

O artigo destaca o processo de ensino e aprendizagem subsidiado por questões construídas, disponibilizadas e aprovadas no repositório digital do Banco Estadual de Itens e Questões - Beiq. Esse repositório permite inserção, elaboração e consulta de questões a serem aplicadas na avaliação discente. A metodologia consistiu, inicialmente, em classificar por competências, conteúdo e sub-conteúdos da matriz curricular cearense elencando os principais temas geográficos. Na sequência, tomou-se como parâmetro de análise a Geografia que compõe o Beiq, fazendo um paralelo com as orientações da matriz curricular cearense. Pautado nas análises, seja da matriz curricular, seja do Beiq, o processo do ensino-avaliação refletiu o cenário formativo do currículo prescrito e do currículo real considerando o ensino de Geografia do Estado do Ceará. A partir desse estudo, também verificou-se que os repositórios temáticos do Beiq podem ser ferramentas pedagógicas importantes para professores e alunos em suas escolas, possibilitando agilidade nas avaliações internas e proporcionando a produção de conteúdo didático docente nas diferentes áreas de conhecimento.

Nas discussões acerca das mudanças climáticas, o processo recente de urbanização e a vulnerabilidade da população são temas emergentes e objetos de análise de muitos estudos. Este artigo objetiva construir perfis de vulnerabilidade dos domicílios em três bairros (Ribeirópolis, Santa Marina e Antártica) que se caracterizam como áreas de expansão urbana no município de Praia Grande. Além disso, procura-se relacionar tais perfis aos riscos e perigos que as mudanças climáticas podem ocasionar. Para tanto, ressalta-se o papel desses bairros na dinâmica socioespacial do município, analisando as características sociais, econômicas e demográficas da população. Para o delineamento dos perfis foram utilizados o método Grade of Membership (GoM) e os dados da amostra do Censo Demográfico de 2010. Os resultados indicam um modelo de exclusão social que apresenta domicílios atendidos pelos serviços básicos e pela infraestrutura urbana e também domicílios não contemplados por tais serviços e infraestrutura básica. Assim, em Praia Grande, o crescimento econômico e a expansão da mancha urbana não foram capazes de promover significativa melhoria nas condições de moradia das populações residentes nas áreas de expansão urbana. As desigualdades socioespaciais verificadas nessas áreas refletem diferentes vulnerabilidades entre os domicílios pesquisados, trazendo dificuldades para mobilizar recursos em situações de enfrentamento de perigos.

A funcionalidade dos ambientes naturais é alterada pelas ações humanas em um ritmo mais intenso que aquele normalmente produzido pela própria natureza. Quando não planejadas, tais alterações proporcionam uma série de desequilíbrios funcionais que, muitas vezes acarretam consequências drásticas à vida humana e à própria natureza. Exemplos desses desequilíbrios ambientais podem ser visualizados na maioria dos municípios situados no semiárido brasileiro. Estes, nas últimas décadas sofreram com a implantação imprópria de novas formas de uso e ocupação da terra. O desmatamento, o lançamento de efluentes nos cursos de água, o aterramento e a construção em canais fluviais intermitentes denunciam a falta de preocupação com o ordenamento do território. Ao considerarmos o quadro físico natural e as dialéticas relações de uso e ocupação do território centro norte baiano, esta pesquisa objetiva analisar a vulnerabilidade ambiental do município de Senhor do Bonfim (BA) por meio de técnicas de geoprocessamento, com o intuito de subsidiar o ordenamento ambiental. Neste intuito foram elaborados índices de vulnerabilidade ambiental a partir da integração das características geológicas, pedológicas, clinográficas e de uso e ocupação da terra em ambiente SIG. Os resultados indicam que as classes que apresentam vulnerabilidade média e alta incluem os inselberges e demais relevos residuais. As classes de baixa e muito baixa vulnerabilidade abrangem os topos dos pediplanos situados na área em estudo. Os resultados encontrados permitiram a compreensão dos diferentes graus de vulnerabilidade de cada unidade frente a determinadas pressões antrópicas, podendo ser utilizado como instrumento de ordenamento ambiental local e regional.

O período fabril cearense inicia-se com o aproveitamento industrial do algodão, através de indústrias de tecidos em Fortaleza. A importância do estudo do capital industrial têxtil se faz perceber notadamente no espaço, além dos aspectos técnicos, econômicos e sociais, mediante a produção e reprodução espacial com as interrelações capital e trabalho sob mediação das forças produtivas e relações sociais de produção. Este estudo permitiu evidenciar o papel que desenvolve a indústria têxtil no espaço cearense, considerando que o Ceará constitui o terceiro maior polo têxtil do País, com uma história de 135 anos. A escolha da indústria Santa Thereza se deveu ao fato da mesma ser uma das pioneiras na produção industrial têxtil cearense, tendo sido fundada, em Aracati, em 1893. A pesquisa de campo nos instigou ao questionamento acerca das consequências da perda de importância das indústrias de beneficiamento de algodão que moviam a economia de Aracati, o que nos levou a uma breve análise da cidade de Aracati, no auge do beneficiamento do algodão, a atuação da elite local com a fundação de indústrias, as tecnologias utilizadas, a perda de importância de Aracati ante a pujança de Fortaleza e as transformações socioespaciais pelas quais passa. Com o levantamento bibliográfico e a pesquisa de campo foi possível, dentre outras coisas, entender a dinâmica de ganho e perda de importância de cidades cearenses, como também mudanças na cartografia e consequências socioespaciais, permitindo ainda analisar em uma escala menor as relações com o intraurbano de Aracati.

A energia é extremamente importante para o desenvolvimento das atividades humanas. Frente a isso, torna-se de fundamental importância verificar possíveis impactos ambientais das atividades efetivas ou potencialmente poluidoras, principalmente aqueles que serão implantados em locais de grande preservação ambiental. O município de Pereiro/CE atualmente convive com um cenário de degradação do meio ambiente, sendo este oriundo do descaso da população e de projetos de empreendimentos. A presente pesquisa tem como objetivo promover uma discussão acerca dos possíveis impactos ambientais provenientes da implantação de um parque eólico no município de Pereiro/CE, visando analisar a viabilidade de instalação de um parque eólico em campo de serra em Pereiro/CE, mediante identificação, mensuração e avaliação dos impactos ambientais provenientes da fase de instalação. O método de análise de impactos ambientais foi a matriz de interação. Ao aplicar a metodologia foi possível identificar 274 impactos na fase de instalação, e destes, 119 foram avaliados como significativos, onde 49 estão relacionados às atividades que possam alterar as características físicas e químicas do local, como por exemplo, modificação de habitat, alteração da cobertura do solo, afugentamento da fauna, perda da biodiversidade, alteração da drenagem, pavimentação de superfícies, construção de estradas e trilhas, escavações de superfície, instalação dos aerogeradores, e disposição de resíduos, sendo essas as que se devem demandar uma maior atenção para a mitigação. Portanto, os resultados foram satisfatórios quanto a viabilidade da instalação do parque eólico no município em questão, mesmo mediante dos impactos significativos identificados, e por isso podem servir de base para futuros estudos, até mesmo para as empresas que estão buscando a implantação desse empreendimento na localidade.

A reflexão sobre a paisagem cultural da Cidade do Recife faz emergir as historicidades, as relações entre espaços - territórios e, sociedade, pois, trata-se de formas de incorporação da paisagem cultural às práticas econômicas e políticas. Apoiamos em Dardel (2011. p. 30), quando se refere que “a paisagem é um conjunto, uma convergência, um momento vivido, uma ligação interna, uma ‘impressão’, que une todos os elementos”. Trata-se de compreender as paisagens culturais, segundo suas representações e significações, tendo por objetivo apreender as expressões da paisagem dos bairros Recife Antigo, Santo Antônio e São José da Cidade do Recife. A metodologia está consubstanciada na observação e leitura analítica das produções que tratam da temática. Na cidade do Recife há um mosaico heterogêneo de unidades interativas no universo da paisagem, que nos expõem a uma escala de observação. Daí se pressupor que a paisagem como um todo, considerando as interações espaciais entre unidades culturais e naturais, cria-se a perspectiva se apreendê-las, enquanto expressão geográfica em múltiplas perspectivas. A cidade foi se modelando e revelando-se de estrutura e de fisionomia, implicando no surgimento de novo tipo de paisagem geográfica: a paisagem da Cidade do Recife, dos rios e das pontes, dos mocambos e dos morros e outras, tão reais, quanto imagéticas. Nessa lógica, a paisagem do Recife tem uma composição fracionada de formas naturais e humanas que se constituem num conjunto heterogêneo rio/oceano e urbano/cultural. Daí porque o Recife, uma cidade com cenários marcantes se destaca pela característica de seu sítio. O Recife Antigo, área que corresponde aos bairros – Santo Antônio e São José “então chamada dos Navios e de Antônio Vaz” –, configurados e emoldurados pelos rios Capibaribe e Beberibe, e o Oceano Atlântico que configuram paisagens, marcadas pela dialética do meio ambiente e os construtos humanos num perceptível cenário de paisagens.

As inúmeras transformações impostas ao meio ambiente e as constantes modificações do território têm ocasionado impactos aos ecossistemas naturais. Dentre elas, as variações climáticas junto com a redução da vegetação, por exemplo, alteram o microclima urbano. Com isso, ressalta o papel importante da arborização que auxilia na diminuição da incidência solar sobre a superfície e também na depuração do ar, no ganho de calor, melhorando o conforto térmico da população. Esta pesquisa teve como objetivo avaliar as características térmicas da Bacia Hidrográfica do Córrego do Medeiros no Município de São Carlos (SP), utilizando pontos fixos e transectos móveis. A metodologia consistiu na coleta de dados diários com medições realizadas em dois pontos fixos durante 30 minutos e em um percurso de 1,53km. Os resultados mostraram uma alteração de temperatura de 20,15°C até 21,55°C, explicada pelo tipo de ocupação da bacia, pois há uma variação na densidade de árvores que se concentra no local e da concentração de construções e baixa quantidade de árvores. Desta forma, é notório a influência que a vegetação tem na manutenção do microclima urbano, amenizando as temperaturas locais. Ressalta-se também a importância da realização de estudos similares, no intuito de auxiliar a tomada de decisão por parte do poder público e dos moradores para escolha de locais para a criação de ambientes que contenham áreas com vegetação, desse modo melhorando o conforto térmico da população.

Este trabalho se constitui em um estudo sobre o planejamento estratégico na agricultura familiar, com o objetivo de investigar as forças potencializadoras e as diferentes problemáticas que interferem no processo de desenvolvimento da agricultura familiar nas comunidades rurais do município de José da Penha/RN. Para tanto, a metodologia consistiu, inicialmente, na revisão da literatura, na qual buscou-se como suporte teórico os autores Bellen (2006), Buarque (2004), Mello (2007), Pedroso (2009), Silva (2006), entre outros. Ao compreender a importância da participação dos sujeitos sociais, para a identificação das potencialidades e das problemáticas em comunidades rurais de José da Penha/RN, foi realizado o Diagnóstico Rápido Participativo (DRP), através de oficinas de trabalho com 22 sujeitos sociais, sendo esses representantes das instituições não-governamentais e do poder público local. Os dados foram organizados e sistematizados através do modelo das Fortalezas-Oportunidades-Fraquezas-Ameaças (FOFA), onde foram apresentados os aspectos socioeconômicos e ambientais que estão diretamente relacionados ao processo de planejamento dessas comunidades do município. Os resultados obtidos mostraram que o processo de planejamento participativo é essencial para as tomadas de decisões da cidade. Por fim, foi construído o modelo socioeconômico e ambiental F-O-F-A, levando em consideração os resultados das oficinas de trabalho. Desse modo, podemos perceber que existem muitos desafios para a agricultura familiar, e que a utilização dessas metodologias pode tornar-se um instrumento de planejamento para gestores de diferentes organizações, governamentais ou não, no município de José da Penha/RN, pensando em políticas de desenvolvimento rural pautadas na sustentabilidade local.

Os cursos d’água são ambientes sociais, pois através deles grandes civilizações se iniciaram. Entretanto, a relação do homem com este ambiente foi sendo modificada ao longo do tempo e, o lugar que antes possuía para muitos um valor simbólico e de pertencimento como espaço de contemplação, lazer e fonte de recursos, tornou-se em muitos locais, diante de diferentes contextos e vivências, espaço de degradação ambiental. Assim, considerando a memória e a vivência das pessoas com os cursos d’água, este artigo tem como objetivo, apresentar de forma análoga ao conceito geográfico de ‘lugar’, a percepção ambiental de moradores do município de Santa Cruz do Capibaribe - PE sobre o rio Capibaribe. Para tal, a pesquisa de caráter exploratório qualitativo, desenvolve-se através de revisão bibliográfica e documental sobre o tema e o objeto de estudo, como também, por pesquisa de campo baseada na observação do lugar e na aplicação de entrevista a 30 (trinta) moradores do citado município. Por fim, a partir dos resultados obtidos, apresenta-se uma reflexão sobre a possibilidade de mudança de paradigma e de comportamento da população para com este ambiente fluvial bem como, indica a educação ambiental como instrumento promovedor desta transformação social.

O presente estudo teve como objetivo analisar a percepção da população da cidade de Mossoró-RN a respeito da poluição visual, tendo como recorte espacial para a coleta de dados as praças Rodolfo Fernandes, Vigário Antônio Joaquim e da Independência. A avaliação dessa percepção se deu por meio de questionários semiestruturados aplicados a população transeunte na área de estudo. Com os resultados obtidos foi possível comprovar que na visão da população a pichação está muito mais associada a um poluente visual do que em comparação ao grafite, que na maioria das vezes é citado como arte. Constatou-se ainda que dentre os tipos de poluição visual existente no centro urbano de Mossoró, o lixo é o mais apontado pelos entrevistados, e, que mesmo estes tendo consciência do dano estético e à saúde que esse tipo de poluição causa é necessário que se amplie a discussão sobre essa problemática que acomete a maioria dos centros urbanos. Além disso, faz-se necessário a atuação do poder público municipal quanto ao controle dos elementos ligados a comunicação visual existentes na cidade, cumprindo as exigências estabelecidas pela Lei complementar nº 47/2010.